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Singradura (Berredo de Menezes) Brasil, no Livro I

Singradura -Para a minha mãe -

Quando te trago flores, e a esperança
De um dia estarmos juntos, no Infinito,
Carrego no meu corpo, como um grito,
O teu olhar de amor, com segurança.

E velejo o silêncio da lembrança
Como que perde a rota e encontra o mito
Que eu tinha à tua sombra, em som e rito,
No acalanto dos sonhos de criança.

E fico ouvindo a luz do teu perfume,
Que estas flores exalam, como o lume
Que me dá forças para caminhar.

Levando, entre os destroços da tristeza,
O sol que emana da feliz certeza
De um dia a Eternidade nos juntar.

Cemitério de Santo António (02:11:1994

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